Os preços dos combustíveis conhecem esta semana a sua maior subida semanal desde 2022, o que levou a ANTRAM – Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias a alertar para o impacto sobre o setor e sobre a economia, e a defender a intervenção do governo.
Com a justificação do aumento no preço do barril de petróleo brent e a desvalorização do euro, a previsão é que o gasóleo simples suba até aos 5,5 cêntimos, para um preço médio de 1,70 euros por litro, enquanto a gasolina deverá ficar até 3,5 cêntimos mais cara, para uma média de 1,78 euros por litro.
Em declarações à SIC Notícias, o presidente da ANTRAM, Pedro Polónio, afirmou tratar-se de “um problema grave”, dado que a economia portuguesa está “muito desacelerada”: “Traz-nos muita apreensão porque somos nós que vamos sofrer o primeiro impacto. Tipicamente uma viatura de transporte internacional coloca entre três a quatro mil litros de combustível. Estamos a falar de cerca de cinco cêntimos a mais por mil litros, portanto 50 euros, vezes quatro, estamos a falar só deste impacto cerca de 200 euros a mais por mês.”
Falando à TSF, reforçou: “A única dúvida que há é se o mercado vai permitir aquilo que as transportadoras têm de fazer por uma questão de sobrevivência, que é passar o aumento dos custos para os clientes.”
Pedro Polónio defendeu, neste contexto, que “o governo português deve intervir, à imagem do que já fez em 2022 quando começou a guerra na Ucrânia, porque é um custo que atravessa a população e é importante que as pessoas tenham dinheiro ou, caso contrário, a economia vai ficar cada vez mais desacelerada”.