A transição para a mobilidade elétrica está a transformar profundamente as cadeias de abastecimento, influenciando os seus aspetos económicos, ambientais e operacionais. Num cenário global em que a sustentabilidade se tornou um imperativo, compreender estas transformações é essencial para as empresas que desejam manter-se competitivas e alinhadas com as tendências de mercado.
Impactos económicos
Um dos principais argumentos a favor da mobilidade elétrica é a redução de custos operacionais. Os veículos elétricos (VE) apresentam custos mais baixos de energia e manutenção quando comparados a veículos a combustão interna. Estudos revelam que os VE podem reduzir entre 20% a 30% os custos totais de propriedade ao longo do seu ciclo de vida. Alguns estudos apontam, no caso particular das carrinhas elétricas, para uma redução de 40% nos custos de manutenção e de 60% nos custos de reabastecimento.
Contudo, é inegável que o elevado investimento inicial ainda constitui um entrave. A produção de baterias, que em certos casos representa ainda cerca de 75% do custo total de um VE, é o principal fator de aumento de custos. Apesar disto, incentivos governamentais, como subsídios e isenções fiscais, têm ajudado a mitigar este desafio, tornando os VE uma opção economicamente viável para as empresas de logística, especialmente para horizontes acima dos 4 anos de utilização.
Impactos ambientais
A mobilidade elétrica também desempenha um papel crucial na redução de emissões de gases com efeito de estufa (GEE). Uma carrinha de entregas elétrica pode reduzir em cerca de 50% as emissões de CO2 ao longo da sua vida útil, em comparação com uma equivalente a gasóleo. Este impacto positivo é amplificado em contextos como o de Portugal, onde a elevada proporção de fontes renováveis na geração de eletricidade potencializa ainda mais os benefícios ambientais.
No entanto, a produção e a gestão do fim de vida útil das baterias são questões ainda críticas. Estima-se que 80% da pegada material de um VE esteja associado às suas baterias, levantando preocupações sobre a sustentabilidade do ciclo de vida completo. Por outro lado, a redução da poluição sonora poderá ser apontada como outro benefício significativo, particularmente em áreas urbanas densamente povoadas e com elevado tráfego logístico.
Impactos operacionais
Os VE trazem várias vantagens para as operações logísticas, sobretudo na “última milha” de distribuição, em centros urbanos. No entanto, desafios como a limitação da autonomia e a necessidade de uma infraestrutura de carregamento confiável ainda persistem. Empresas que dependem de frotas elétricas necessitam de uma otimização cuidadosa das suas rotas de forma a evitar interrupções, garantir entregas atempadas e minimizar a chamada “ansiedade de autonomia”.
Em Portugal, o número de veículos elétricos tem crescido rapidamente, com um total de 111.004 veículos registados até ao final de 2024, de acordo com a Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE). Este aumento significativo tem sido acompanhado por uma contínua expansão da rede de carregamento elétrico, que atingiu mais de 280 mil utilizadores registados na plataforma Mobi.E em 2024. No final de dezembro de 2024, a rede disponibilizava mais de 5.700 postos de carregamento de acesso público, o que equivale a mais de 10.700 pontos de carregamento, representando um crescimento anual superior a 36%. Este avanço sublinha o esforço contínuo para ampliar a infraestrutura e atender à crescente procura por carregamento eficiente em todo o país. Contudo, ainda existem assimetrias geográficas na cobertura, especialmente nas regiões do interior.
Impactos políticos e regulatórios
Regulamentações ambientais mais rigorosas e padrões de emissões estão a acelerar a transição para frotas elétricas. Em Portugal, o Decreto-Lei nº 39/2010 e os incentivos fiscais, como a isenção de impostos para VE, foram e têm sido cruciais para impulsionar a adoção de veículos elétricos. O Regulamento (UE) 2023/1804 também visa melhorar a experiência do utilizador, garantindo maior simplicidade no pagamento e acesso mais fácil a postos de carregamento.
Uma solução inovadora
Tendo em conta os pontos expostos é fundamental destacar o papel que inovações como a wallbox H2 30-80 da Hellonext podem desempenhar na transição para uma logística elétrica eficiente. Este equipamento, com design modular e capacidade de carregamento de até 80 kW, surge como resposta às limitações do carregamento AC, que está a tornar-se um entrave à evolução das frotas modernas. Com opções de montagem em parede ou pedestal, a H2 30-80 adapta-se a locais com restrições de espaço e possibilita upgrades modulares e gestão remota, oferecendo às empresas uma solução escalável, eficiente e preparada para o futuro.
Conclusão
A mobilidade elétrica representa uma oportunidade única para redesenhar as cadeias de abastecimento de forma mais eficiente e sustentável. Em Portugal, a crescente adesão aos VE e o desenvolvimento da infraestrutura de carregamento são sinais claros de progresso, embora desafios relacionados à infraestrutura e custos iniciais ainda precisem de solução. Empresas que investirem estrategicamente em frotas elétricas e complementarem a rede de carregamento público com o investimento em soluções próprias de carregamento, como a wallbox H2 30-80 da Hellonext, estarão na vanguarda desta revolução, moldando o futuro da logística em Portugal.
Hugo Rigor, Diretor Geral | Hellonext
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