A Cushman & Wakefield liderou a ocupação de espaços industriais e logísticos em 2024, num ano em que este segmento registou um máximo histórico de absorção em Portugal. Dos 773.479m² de ocupação verificados a nível nacional, a Cushman & Wakefield contribuiu com um total de 236.975m² transacionados. Na sequência da divulgação destes resultados falámos com Sérgio Nunes, Head of Industrial, Logistics & Land, Cushman & Wakefield Portugal.

 

Em 2024, a maior operação verificada a nível nacional foi realizada pela Cushman & Wakefield e diz respeito à colocação de um retalhista de referência em 119.000m²  no Lisboa Park, em Castanheira do Ribatejo, detido pela MERLIN Properties. Já no norte do país, a maior transação concretizada pela consultora foi o arrendamento de uma área de 7.705m² à multinacional espanhola Kaleido, no Parque Logístico da Ermida, em Santo Tirso. Em entrevista, o porta-voz responsável pelo segmento industrial e logístico analisa com maior detalhe os dados apresentados e faz-nos um quadro mais abrangente da evolução desta área nos últimos anos em Portugal e, claro, analisa os principais desafios e tendências para o futuro do setor.

SCM – Os vossos dados de 2024 mostram que o mercado de industrial e logística atingiu 773.479 m², com a Cushman & Wakefield respondendo por 31% desse volume. Quais foram os principais fatores que impulsionaram esse desempenho recorde?

Sérgio Nunes – Esta ocupação reflete o bom momento do mercado industrial e logístico a nível nacional, impulsionado pelo crescimento do e-commerce e pelo efeito nearshoring, que se traduz na entrada de mais empresas no nosso país. Além disso, há uma crescente procura por espaços mais eficientes e certificados por parte dos operadores logísticos, o que gera muitos movimentos de mudança de instalações e gera maior dinâmica no mercado.

 

Citado em comunicado de imprensa, o Sérgio mencionou que a capacidade de negociar com os melhores ocupantes do mercado foi determinante para os resultados alcançados. Poderia detalhar que estratégias e parcerias se destacaram, especialmente em operações de grande escala como a do retalhista no Lisboa Park?

A nossa empresa é amplamente reconhecida nos mercados nacionais e internacionais, sendo naturalmente procurada para apoiar as grandes operações. Por outro lado, temos em Portugal uma grande proximidade aos principais ocupantes, que confiam em nós para os guiarmos nas suas estratégias de expansão. Nestes processos, procuramos garantir a máxima agilidade e confidencialidade que operações desta dimensão sempre exigem, adicionando valor no aconselhamento dado.

 

Considerando o crescimento impulsionado pelo comércio eletrónico e a crescente procura por espaços para data centers, como vê a evolução do setor em 2025, particularmente diante do fenómeno do nearshoring e da necessidade de modernização das operações logísticas?

Prevemos que o setor continuará a crescer em 2025, especialmente em termos de ocupação. Na Cushman & Wakefield, estamos a gerir várias procuras que poderão ter um impacto significativo já este ano. O comércio eletrónico continua a expandir em Portugal, assim como a procura por terrenos para data centres. Consideramos que estes mercados são ainda emergentes e oferecem inúmeras oportunidades de desenvolvimento para os promotores e investidores.

 

Quais os principais desafios que a Cushman & Wakefield prevê para os próximos anos, num mercado onde a procura continua a superar a oferta e, em simultâneo, como pretendem manter e ampliar a liderança nesse cenário?

Sem dúvida que a procura por novos espaços de qualidade continua a superar a oferta, motivando os promotores a investir em Portugal em novos parques logísticos, estrategicamente bem localizados. Para mantermos a liderança, iremos continuar a investir na qualificação dos nossos especialistas, de forma a antecipar todas as tendências e aprimorar a nossa capacidade de emparelhar o cliente certo com a propriedade certa.