O Cargo Freight Portugal Summit 2024 tem como tema global “De Shippers a Shapers: Moldando o Futuro das Cadeias Globais de Transporte”, num desafio para refletir sobre as principais tendências e desafios do setor. Nos dias 12 e 13 de março, em Aveiro, especialistas, decisores e líderes empresariais juntam-se para discutir o futuro e o papel dos shippers no transporte de mercadorias em Portugal e no mundo.

A abertura do evento será marcada pela conferência “A Vingança da Geopolítica! Cenários para 2030”, apresentada por Jorge Rodrigues, do Observatório de Risco Geopolítico para Empresas da PBS. O especialista abordará o impacto das dinâmicas globais no comércio e na logística, antecipando desafios e oportunidades até ao final da década.

Na primeira mesa redonda, o painel “Exportação 360° – Inovação, Colaboração e Estratégias para a Competitividade Global” contará com a participação de representantes de setores-chave da nossa indústria, onde se inclui calçado, metalomecânica, indústria automóvel e o cluster das bicicletas, num debate moderado por Miguel Nuno Silva, consultor e especialista em supply chain management. Os convidados confirmados são Gonçalo Garcia, da APICCAPS – Associação Portuguesa de Calçado; Sofia Veloso Ferreira, da AIMMAP – Metal Portugal, Gil Nadais, da ABIMOTA e José Couto, Presidente  da AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel.

João Correia é o orador convidado para fechar o primeiro dia do Cargo Freight Portugal Summit. João é licenciado em biologia marinha, mestre em modelação de recursos marinhos e doutorado em pesca comercial de tubarões e raias em Portugal e se à primeira vista parece um peixe fora de água entre os restantes oradores é porque faltou dizer que em 2006 fundou a Flying Sharks, com a qual transporta organismos marinhos para o mundo inteiro. De que vem falar? De “Tubarões, Melgas e Rock & Roll”, prometendo trazer à tona a sua vasta experiência e como ao longo de 30 anos de carreira tem desafiado os limites da logística e do transporte internacional de animais vivos.

Depois do registo mais descontraído e bem-humorado de João Correia, nada como o cocktail e o finger food dinner que se seguem para promover momentos de networking entre os participantes. Esta será uma oportunidade única para estabelecer novas parcerias, trocar ideias com especialistas do setor e aprofundar discussões iniciadas ao longo da tarde.

Com energias renovadas, os participantes regressam no segundo dia para um programa intenso, mas nem por isso menos oportuno e importante.

Portugal e as cadeias globais de transporte

O segundo dia do evento arranca com uma visão mais estratégica sobre o cargo freight. “A Península Ibérica como Hub Logístico Europeu Global” é o tema da intervenção de António G. Salas, do Sudoeste Ibérico EN RED. O tema é bastante relevante e estratégico para o setor da logística e transporte. A Península Ibérica tem uma localização geográfica privilegiada, funcionando como um ponto de ligação entre a Europa, África e as Américas. Como hub logístico global, pode assumir um papel ainda mais central no comércio internacional, especialmente com o crescimento das rotas marítimas e ferroviárias que ligam os portos ibéricos ao resto do mundo.

E como não se pode falar de cadeias globais de transporte sem abordar a atual situação que se vive no transporte marítimo, Fernando Cruz Gonçalves, professor do Departamento de Transportes e Logística da ENIDH traz à conferência um tema na ordem do dia: “Reformulação das Alianças Estratégicas no Transporte Marítimo”, um tema essencial para compreender as dinâmicas atuais e futuras do setor. O transporte marítimo global tem sido fortemente influenciado por fatores como a consolidação das grandes companhias, a evolução das cadeias de abastecimento, a situação geopolítica e as questões ambientais. Este será um momento crucial para entender como o setor está a adaptar-se às novas realidades do comércio marítimo internacional.

Outro momento-chave será a mesa redonda “Cadeias de Transporte Sustentáveis e Resilientes”, que reunirá líderes de empresas como Portir Transitários, Kuhne & Nagel, Maersk e Corticeira Amorim, para discutir, com a moderação de Bárbara Fraga, Executive Director of Supply Chain and Logistics Consulting da Logistemacomo a colaboração e a inovação são essenciais para garantir eficiência e segurança na supply chain.

Igualmente importante neste âmbito é a intervenção de Hermano Sousa, Managing Director da ESTE Shipping e que traz para reflexão um tema incontornável: “Regionalização vs. Globalização… a necessidade de construir uma infraestrutura de transporte potente que suporte a re-industrialização da Europa”

 

Digitalização, descarbonização e sustentabilidade

A transição digital e a sustentabilidade serão tema de fundo de diversas intervenções, onde se inclui a de Dalila Tavares, diretora de transportes da Leroy Merlin Portugal, que apresentará a estratégia da empresa para “Consolidar, Digitalizar e Descarbonizar” ou Carla Neiva, da Atepeli, cuja apresentação se foca na implementação de soluções para uma mobilidade mais eficiente e responsável, com estratégias de gestão sustentável, redução de custos e aumento da competitividade operacional.

O painel “Transporte 4.0: como a digitalização está a redefinir o futuro dos transportes” também promete insights valiosos, com intervenções de especialistas em tecnologia aplicada à logística, incluindo André Dória, CEO da Value Negotiation Technologies, Hugo Duarte da Fonseca, Managing Partner da Devlop e Anabela Pinto, Director of Supply Chain & Regulatory Affairs na Bondalti.

A escassez de motoristas de pesados é um problema estrutural que coloca em risco a sustentabilidade da logística e das cadeias de abastecimento. Com um setor onde a maioria dos profissionais tem mais de 50 anos, a entrada de novas gerações tem sido insuficiente para compensar as saídas e é essencial encontrar soluções concretas. A situação atual reflete desafios significativos enfrentados pelos motoristas: jornadas exaustivas, condições de descanso precárias, ausência prolongada de casa e uma profissão que continua a ser pouco valorizada. Além do impacto económico, esta crise exige um debate sério sobre a modernização do setor. 

Durante a sua intervenção, Pedro Paiva, da Panidor, irá analisar as razões por detrás desta escassez e discutir possíveis soluções: será a resposta a inovação tecnológica, a melhoria das condições de trabalho, a valorização da carreira ou a transformação dos modelos logísticos? Vai ter que assistir para ficar a saber.

O evento encerra com um painel-debate que promete revelar os bastidores da supply chain, com histórias e experiências partilhadas por líderes experientes do setor ou, se preferir, “Segredos, peripécias e histórias de quem faz acontecer”.

O Cargo Freight Portugal Summit 2024 traz a Aveiro, a 12 e 13 de março, um dia e meio de reflexão, aprendizagem e proximidade entre stakeholders do mercado, preparando empresas e profissionais para os desafios e oportunidades dos próximos anos.

Mais informações e inscrições em: www.supplychainmagazine.pt/cargofreight