Foi assinado um acordo inédito entre Alemanha, Países Baixos e Omã, para o desenvolvimento do primeiro corredor internacional para a importação de hidrogénio liquefeito desde o Médio Oriente para a Europa.
Esta iniciativa procura consolidar a infraestrutura necessária para o transporte seguro e eficiente de combustíveis limpos entre os continentes. O transporte será feito por via marítima e irá ligar o Porto de Duqm, no Omã, e o Porto de Amesterdão, nos Países Baixos, tendo interligação com os centros logísticos alemães, como o Porto de Duisburg.
A cooperação entre os países irá garantir o fornecimento de hidrogénio verde para a Europa, apoiando a transição energética. O Porto de Duqm já tem investimentos em infraestruturas voltadas para a exportação de combustíveis limpos, sendo um avanço para o projeto. O Omã irá produzir o hidrogénio, tendo por base energias renováveis, tendo por base fontes solares e eólicas, reforçando o papel do país asiático enquanto fornecedor estratégico de energia limpa para a Europa.
O corredor de hidrogénio é parte de um plano da União Europeia (UE) para a diversificação das suas fontes energéticas, reduzindo assim a sua dependência de combustíveis fósseis. Tanto a Alemanha quanto os Países Baixos têm metas ambiciosas de descarbonização até 2035, tendo o hidrogénio verde um papel importante para que estes alcancem as suas metas.
O acordo prevê estudos técnicos, investimentos em infraestruturas e definição de rotas comerciais ao longo de 2025. Espera-se que o primeiro corredor internacional de hidrogénio verde liquefeito deverá entrar em operações até 2030.
Mediterrâneo poderá ser um mega hub energético
De acordo com o Atlas Report, o corredor SoutH2 poderá ser outro projeto importante para o transporte de energia, conectando África e Europa para o transporte de hidrogénio, transformando o Mediterrâneo num mega hub de energia, estendendo-se por 3.300 quilómetros.
Este projeto procura criar uma rota eficiente para o transporte de hidrogénio renovável, ligando Norte da África (envolvendo a Argélia, Tunísia e Marrocos) e Europa (passando por Itália, Áustria e Alemanha). O objetivo passa não só pelo fornecimento de hidrogénio, com uma capacidade anual de 4 milhões de toneladas, mas também de o fazer de forma competitiva, reaproveitando mais de 70% das infraestruturas de gás existentes, que conectam os mercados europeus aos campos de gás argelinos.
Imagens: SoutH2 Corridor